Cassirer pensou o seguinte sobre a forma simbólica:
"...aquilo que num livro ciêntifico é reconhecido como a ilustração de uma lei geométrica é, num contexto estético, reconhecido como um ornamento artístico."
Concordo com vc, xá. No entanto, o ornamento e a decoração são conceitos que perderam importância e foram deturpados ao longo do tempo. Talvez os modernistas estejam por trás disso... Vamos fazer uma regra de três: se uma fórmula (ou um teorema), que ilustra uma lei geométrica, é uma espécie de síntese gráfica das idéias e dos conceitos, então o mesmo deve-se esperar de um "ornamento artístico". Portanto, parece que, parece que para Cassirer, o ornamento pode até ser descrito pelas palavras do xá: "um símbolo imagético que traduz a experiência", e não um mero aplique com a finalidade de embelezamento.
Xá E porque não pode ser um ornamento? Tem menos valor? Não fará parte de um todo? Não ajudará a transformar um espaço? Contudo, tenho que concordar com o Sérgio. Cassirer concordaria contigo!
Sérgio O modernismo? Fiquei curiosa em saber a sua opinião sobre os modernistas!
Quanto ao modernismo, acho que é um movimento essencial para a expressão de certas intenções de emocionar. Conheço o Oscar Niemeyer pessoalmente (não sou amigo dele...) e estive no seu escritório por três vezes, conversando, ou melhor, escutando-o, admirado. Então o modernismo está em mim. É quase impossível ter vivido no século XX, sem ser um pouco moderno. Mas no que se refere ao ornamento, o modernismo construiu uma argumentação moralista, que acabou rotulando o ornamento com algo supérfluo, superficial, mero efeito. Em toda a história da arquitetura, o ornamento se faz presente como parte integral da linguagem: é o que mais diz a respeito do decôro/propriedade/adequação do edifício. O Modernismo, um pouco apoiado na ética protestante, tenta nos deixar culpados em usar imagens mais figurativas. Alguns dos grandes mestres modenistas não se detiveram nisso: Frank Lloyd, Niemeyer e, arrisco, até o Mies: o que são as paredes de mármore no Pavilhão de Barcelona, senão decorações, ornamento?
Xá Desculpa! Mas concordo com o Sérgio! No fim do teu comentário acabas por concordar com Cassirer... :)))))))))))
Sérgio Ornamento? São essenciais,..., ou que são os vitrais da Notre Dame du Haût do Corbusier? E o que é o mobiliário que os modernistas tanto gostam? Penso que o ornamento é simplesmente um elemento de um todo, uma parte que com outras partes formam um todo,..., e muitas vezes esse ornamento acaba por ter um carácter tão simbólico, que o espaço que o contém não seria o mesmo se o ornamento não existisse.
E não conhece ninguém que seja um ornamento na vida de alguém? Há quanto tempo não telefona àquele amigo que o ajudou em determinado momento? Há quanto tempo não se preocupa com ele? Não quer dizer que sintamos as pessoas como ornamentos, mas que muitas vezes acabam por ser, mesmo sem querer!
Não! Referia-me quando nós, possivelmente sem querer, temos as pessoas como ornamentos na nossa vida! Pessoas como enfeites = pessoas futeis,..., e sendo assim estão mesmo a jeito em serem, sempre, ornamentos dos outros ou de si mesmas!
Podemos ter pessoas como ornamentos, mesmo por querer. não há mal nisto: aquele que se presta a ser ornamento é que deve assumir as responsabilidades pela, quase certa, dor que virá. Eu mesmo acabei de sair de uma situação assim...
Não temos, mas se formos, a responsabilidade é toda nossa... ao aceitarmos sermos ornamento, cedemos o direito ao outro... entregamos o controle da nossa vida...
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20 Comments:
Não concordo que seja um "ornamento" artístico. Pode ser um símbolo imagético que traduz a experiência, mas nunca um ornamento.
Concordo com vc, xá. No entanto, o ornamento e a decoração são conceitos que perderam importância e foram deturpados ao longo do tempo. Talvez os modernistas estejam por trás disso...
Vamos fazer uma regra de três: se uma fórmula (ou um teorema), que ilustra uma lei geométrica, é uma espécie de síntese gráfica das idéias e dos conceitos, então o mesmo deve-se esperar de um "ornamento artístico". Portanto, parece que, parece que para Cassirer, o ornamento pode até ser descrito pelas palavras do xá: "um símbolo imagético que traduz a experiência", e não um mero aplique com a finalidade de embelezamento.
Xá
E porque não pode ser um ornamento?
Tem menos valor? Não fará parte de um todo? Não ajudará a transformar um espaço?
Contudo, tenho que concordar com o Sérgio. Cassirer concordaria contigo!
Sérgio
O modernismo?
Fiquei curiosa em saber a sua opinião sobre os modernistas!
falo sim...
Eu não disse que não podia ser um ornamento e muito menos tirei valor ao que o é.
Apenas não concordei com o pensamento.
;)
Moderno sou eu.
discordo do xá: está claro que ele concorda com o Cassirer.
Quanto ao modernismo, acho que é um movimento essencial para a expressão de certas intenções de emocionar. Conheço o Oscar Niemeyer pessoalmente (não sou amigo dele...) e estive no seu escritório por três vezes, conversando, ou melhor, escutando-o, admirado. Então o modernismo está em mim.
É quase impossível ter vivido no século XX, sem ser um pouco moderno. Mas no que se refere ao ornamento, o modernismo construiu uma argumentação moralista, que acabou rotulando o ornamento com algo supérfluo, superficial, mero efeito. Em toda a história da arquitetura, o ornamento se faz presente como parte integral da linguagem: é o que mais diz a respeito do decôro/propriedade/adequação do edifício.
O Modernismo, um pouco apoiado na ética protestante, tenta nos deixar culpados em usar imagens mais figurativas. Alguns dos grandes mestres modenistas não se detiveram nisso: Frank Lloyd, Niemeyer e, arrisco, até o Mies: o que são as paredes de mármore no Pavilhão de Barcelona, senão decorações, ornamento?
Xá
Desculpa! Mas concordo com o Sérgio! No fim do teu comentário acabas por concordar com Cassirer...
:)))))))))))
Sérgio
Ornamento? São essenciais,..., ou que são os vitrais da Notre Dame du Haût do Corbusier? E o que é o mobiliário que os modernistas tanto gostam?
Penso que o ornamento é simplesmente um elemento de um todo, uma parte que com outras partes formam um todo,..., e muitas vezes esse ornamento acaba por ter um carácter tão simbólico, que o espaço que o contém não seria o mesmo se o ornamento não existisse.
Concordo com vc, Rita.
E todos nós somos ornamentos na vida de alguém,..., até mesmo nas dos nossos amigos!
no mesmo sentido que uma síntese científica é ornamento da teoria, creio que somos para muito poucos...
E não conhece ninguém que seja um ornamento na vida de alguém?
Há quanto tempo não telefona àquele amigo que o ajudou em determinado momento? Há quanto tempo não se preocupa com ele?
Não quer dizer que sintamos as pessoas como ornamentos, mas que muitas vezes acabam por ser, mesmo sem querer!
continuamos a não nos entender sobre os ornamentos: para mim, o ornamento não pode ser retirado, sem que haja prejuizo do todo.(Alberti, Vitruvio)
Penso que não disse nada que fosse contrário a esse pensamento, aliás até referi que o ornamento era parte de um todo!
mas se dizes que uma pessoa pode ser um ornamento, pensei que se referia a alguém que é apenas um enfeite...
Não!
Referia-me quando nós, possivelmente sem querer, temos as pessoas como ornamentos na nossa vida!
Pessoas como enfeites = pessoas futeis,..., e sendo assim estão mesmo a jeito em serem, sempre, ornamentos dos outros ou de si mesmas!
Podemos ter pessoas como ornamentos, mesmo por querer. não há mal nisto: aquele que se presta a ser ornamento é que deve assumir as responsabilidades pela, quase certa, dor que virá. Eu mesmo acabei de sair de uma situação assim...
E quando nos tornamos ornamentos por dar demais, temos que ser castigados por isso?
Não temos, mas se formos, a responsabilidade é toda nossa... ao aceitarmos sermos ornamento, cedemos o direito ao outro... entregamos o controle da nossa vida...
Nunca lhe aconteceu tornar-se ornamento sem perceber como?
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