quinta-feira, junho 01, 2006

Chilrear...

Que pena!
Oiço uma miscelânea de sons, mas não oiço o cantar dos passarinhos! Não oiço o trinar, o repenicar dos seus sons!
Na janela do outro lado da Rua oiço Maria Betânia, … está tão alto que não consigo ouvir o Rádio do atelier! Aliás os sons misturam-se de tal forma que me limito a desligar deste espaço.
Toda a tarde uma moça bate num tambor, ritmos diferentes, e intensidades também! Quero desligar, mas não consigo! O tum tum que sai das suas batidas entra na minha cabeça e propaga-se infinitamente! Pergunto-me como é que ela não se cansa?!, … pergunto-me como é possível, alguém ouvir constantemente aqueles sons intensos sem se cansar…
Agora uma mulher canta Fado na Rua! Alguém toca viola, ela canta, sem tirar o seu barrete de estimação! Canta tão alto que apenas oiço os sons, sem distinguir o que ela diz, distinguir até distingo, mas só quando conheço as letras!
Oiço estes sons, …, dentro da minha cabeça está Betânia, a percussão do tambor, e o Fado da Senhora, … os mesmos sons que me invadem a mente, invadem o Chiado, dando-lhe um não sei quê de mística, …, dando-lhe uma característica própria...
Isto é o Chiado, mas eu só queria ouvir o chilrear de um passarinho!....