Comboio da solidão
Nesta estação fico sentadaà espera do comboio da Vida!
Comboio que tento escutar,
mas do qual nada escuto,
pois meus ouvidos surdos são!
Chega o comboio à estação,
sem que me aperceba disso,
Abrem-se as portas, meu corpo embarca,
Mas o meu ser fica,
sentado no banco de madeira...
Tempo a tempo, vida a vida,
Corre no momento, sobre uma ferida.
Este comboio que leva o corpo meu,
Enquanto a minha pequena alma
naquele banco, sentada, fica.
Vida a vida, sonho a sonho,
Este comboio se afasta
da estação da minha vida!
Como se todo ele, amado,
fosse contruído, unicamente,
da mesma matéria das nuvens e da cinza.
Dou por mim dentro do comboio,
a ver a paisagem a fugir!
Esquecendo da minha doce alma
presa, eternamente, ao momento
que aquela estação viveu.
Corre, corre, devagarinho
Comboio da minha essência!
Que eu fujo destas memórias,
que deixaram, docemente, presas
suas vidas ao meu Ser sozinho.
15 Setembro 2003
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