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posted by Rita Inácio @ 17:13
terça-feira, outubro 16, 2007
...digno de memória... ...memorável...
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Memórias questionadas
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19 Comments:
A série "meninas desamparadas" começa a ganhar densidade: o que faz esta menina sozinha num cemitério... com uma enorme fita vermelha?!?!
À procura de si mesma...
o mínimo que pode-se dizer é que ela tem coragem.... e estilo!
mas num cemitério? Isto vai exigir alguma meditação.................
então medite e depois diga-me quais as conclusões....
Estás a lidar com cemitérios... os lugares paradisíacos que mostras, serão cemitérios invisíveis no futuro. Mas não creio que a questão seja assim tão exterior... vou ampliar a minha pesquisa....
digamos que vai no bom caminho,..., mas nem só de paisagens vive o homem!
enquanto penso:
" Mas, como a sorte me foi tão funesta,
Aprendi muito mais a amar a vida,
Porque é o único bem que ainda me resta."
Antônio Francisco da Costa e Silva
...é um pouco trágico, mas incentivador
por outro lado, como deixar de lado uma paisagem em vias de ficar de pernas pro ar?
Mas intrigante mesmo é o objeto brilhando no chão... pequeno para uma lápide... a menos que seja o jazigo de uma boneca...
Recuso-me a aceitar que alguém queira enterrar a própria infãncia.
então o mistério continua
Digamos que enterrar a infância é uma ideia que não me fascina,..., não tenho motivos para tal!
Mas por vezes é na infância ou no acto de nascer que negamos...
...Mas amo muito a minha vida!
ah... já sei... tem certas noites que tu te transformas.... ficas audaciosa e desafiadora, como uma menina de fita e meias vermelhas num cemitério....
"Mas por vezes é na infância ou no acto de nascer que negamos..."
Todo nascimento é também rompimento. Na infância negamos a dissolução, a fusão com a mãe, e nos movemos inexoravelmente em direção à individuação. Entretanto, o encontro entre o novo e oo velho, num ambiente insólito como um cemitério, ainda é um choque.
Ainda sobre infância e velhice, juventude e maturidade, me lembrei do célebre diálogo entre dois poetas portugueses, Antero de Quental (1842-1891)e Antônio de Castilho (1800-1875).
Disse Antero:
“Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Exa. passam diante de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas coisas que saem dele, confesso, não me merecem nem admiração nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança. V.Exa. precisa menos cinqüenta anos de idade, ou então mais cinqüenta de reflexão. É por estes motivos todos que lamento do fundo da alma não me poder confessar, como desejava, de V.Exa. nem admirador nem respeitador”.
Comenta o intelectual brasileiro Reinaldo Azevedo:
"(...) Antero de Quental estava seduzido pela poesia realista; Antônio de Castilho era um monumento da literatura portuguesa, apegado à estética romântica. Embora Castilho fosse cego, pretendia-se uma espécie de observatório da literatura portuguesa e juiz dos vivos e dos mortos. E mereceu, então, de Quental aquelas palavras um tanto azedas, mas brilhantes. Afinal, quem está impedido de ter 50 anos a menos de idade deve buscar, ao menos, ter 50 a mais de reflexão.”
Metamorfose? Sim..., Há dias que nem me reconheço...
Talvez eu tenha negado algo mais...
50 anos a mais de reflexão? Talvez devesse ser, de volta e meia, uma criancinha inocente...
Rita... sua misteriosa... vc tem que me dar maiores informações...
se lhe der muitas informações deixa de ter piada..., e assim..., tem muito por onde pensar!
aí vc me deixa com, apenas, um universo de possibilidades...
Mas deixa estar...qualquer hora te surpreendo.
já surpreendeu algumas vezes...
:))))))))))))))))))))
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